Se você estudar a maneira como o culto era feito no período bíblico, irá se surpreender com o fato de que a maior parte do culto era preenchido com momentos em que as pessoas poderiam expressar sua adoração a Deus. Diversos textos bíblicos apresentam o culto como uma oportunidade para que os adoradores expressem sua devoção e compromisso para com Deus através do louvor e da oferta.
Geralmente usamos a palavra louvor apenas para falar do momento do culto em que as pessoas cantam de maneira coletiva ou individual. Na Bíblia, no entanto, ela significa literalmente “fazer ruido”, quer dizer, produzir uma expressão audível, mediante o uso de palavras (em hebraico é hâlâl e em grego é ainéô). Biblicamente, toda expressão audível que exalte o poder e soberania de Deus são consideradas como louvor. Nesse aspecto, o testemunho é uma expressão de louvor e deveria estar presente em nossos cultos de adoração a Deus. Isso fica muito claro em diversos Salmos.
“Eu te louvarei, Senhor, com todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas” (Salmo 9:1).
“Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas” (Salmo 145:4-5).
Você consegue perceber nesses versículos como o louvor está ligado às palavras “contar”, “anunciar” e “falar”? Isso evidencia que o louvor também se expressa através do ato de contar as maravilhas, proezas e obras de Deus na vida do Seu povo.
Dê testemunho de Deus
Essa ideia de louvar contando as obras de Deus em nossa vida também está ligada à palavra “bendizer” (em hebraico bârak e em grego euloguéô) que, em tradução literal, significa “falar bem”. E um dos aspectos de “bendizer” é reconhecer através de testemunhos que Deus é Aquele que nos dá todas as bênçãos espirituais e materiais, ou seja, “falar bem” de Deus e reconhecer que Ele nos tem cuidado e abençoado.
Quando testemunhamos sobre as bênçãos recebidas de Deus, estamos afirmando que o que temos não é fruto do acaso, de nossa capacidade ou sorte, mas da direta atuação de Dele em nossa vida. E isso também deve fazer parte do nosso culto a Deus, seja coletivo ou particular.
Os seguintes Salmos apresentam isso muito bem: “Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos” (Salmo 63:3-4).
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” (Salmo 103:2).
Isso mostra que o nosso culto deve ter um equilíbrio entre os momentos de impressão e expressão. Os momentos de impressão do nosso culto são aqueles em que alguém prega e a congregação apenas ouve; a música especial que alguém canta e a congregação apenas aprecia. Já os momentos de expressão em nosso culto são o louvor congregacional, quando todos unem a voz em louvor a Deus; o momento do ofertório, em que o adorador entrega seus dízimos e ofertas; e momentos de testemunhos, quando alguém expressa as benção e cuidado de Deus.